Vou encher a cara, chorar minhas mágoas e pensar que logo ali perto tem um paulista doido para me alegrar, mas como hoje o dia amanheceu cinzento, com pretensões de melhorar, eis que vi a negritude reinando por ínfimos momentos que mais tarde me fará chorar.
Não sei se choro pela perda, não minha, mas do mundo acadêmico, da vida dos amigos que a conheceram, não sei se choro por tê-la conhecido um pouco, pensando que poderia ter conhecido mais que esse pouco. Não sei se minhas lágrimas causarão a estranheza para aqueles que dirão que mal a conheci, por quem pretendo dedicar um copo, uma bebida, umas lágrimas a mais.
Por que choro, se dizem que não é para chorar. Talvez choro pelo baqueio ou baquear, pois há tão pouco tempo, houve um momento que comentei sobre o funcionamento de um cérebro que pode vir a falhar.
Casos que falham aos poucos, casos que falham no passar da idade que pode vir a nos recordar, para que nos lembremos de ir com calma, que puxemos o freio, que vivamos a vida pois ela tem muito a nos ensinar.
Mas fico em meu baqueio, pelo surrealismo do momento, pela incredulidade que me encontro e me perguntando se há uma possibilidade de ter sonhado ou aliado a minha mente que às vezes desliga e religa em outro espaço e tempo.
Não... Não é o desligar como vi há tão pouco tempo e nem palavras certas consigo encontrar pela perda, pela ausência que ela fará.
Não apenas no mundo acadêmico, mas no círculo de amigos e principalmente de familiares.
No mundo de tantos que um dia a conheceram e quem conheceu jamais se esquecerá.
Minhas palavras são poucas, diminutas perto desta pessoa.
Perdoe-me Jeanine Felfili, por não dizer muito mais...
Perdoem-me nesta homenagem póstuma, que nem de perto chega à grandeza dessa grande mulher que marcou e sempre marcará aqueles que a conheceram, que viram seus sorrisos, que viram seu brio, que a viram passar.
Fica então minha homenagem póstuma e mais nada a falar, pois agora só tenho lembranças para guardar.